sábado, 21 de janeiro de 2012

 

Uma Opinião de Não Especialista

Há 30 anos minha avó submeteu-se a mastectomia radical devido a um câncer de mama. Após sua recuperação perguntei-lhe se poderia marcar a colocação da prótese e ouvi a seguinte resposta:
- Já dei de mamar para dez filhos fora os afilhados e fui muito bonita, não preciso mais da “maminha”.
Fiquei impressionado com o desprendimento de minha avó assim como imagino a indignação de uma filha ou neta, se portasse uma prótese Rofil ou Poly Implant Prothèse produzida pelo criminoso empresário Jean-Claude Mas. Fica óbvia a intuição que temos da diversidade dessas duas situações só pela diferença de idade e circunstância de vida de cada uma delas.
A postura governamental de trocar apenas as próteses que sofreram rotura ou fissura me parece no mínimo pouco sensível e humana. Sabemos que em várias situações, quando se trata de fazer economia, o governo diferencia os vários seguimentos da sociedade. Posso citar o caso da vacinação para Hepatite B que recentemente teve a idade de vacinação estendida. Ora, se a vacina é eficiente e protege por que antes se oferecia apenas para as crianças e agora até os 30 anos? Por racionalização econômica é claro. O mesmo da vacina que tomou a fama de ser para idosos (vacina da gripe) que sabemos ser útil para muitos mais. Agora, no caso das próteses mamárias trata-se a questão sem considerar as diferenças. Não podemos aceitar o argumento de que a motivação estética é menor, pois o que se passa na cabeça e, portanto, a motivação de cada paciente não pode ser julgada. Cabia à ANVISA fiscalizar. Ela foi vítima de um criminoso e não é culpada. Também não podemos julgar. Porém é responsável, e o governo não pode se eximir desse fato.
É preciso algumas considerações técnicas. Este tipo de silicone industrial e não médico é altamente provocador de irritação local e consequentemente de inflamação dos tecidos da mama. Uma nova operação após este processo inflamatório instalado aumenta o risco do resultado estético da reoperação, pode implicar na impossibilidade de troca imediata da prótese na cirurgia de retirada do implante rompido. Podem ocorrer deformações estéticas irreversíveis e talvez até funcionais para as mais jovens. Se considerarmos a imprevisibilidade da rotura começa a ficar clara a necessidade de individualizar a conduta para cada paciente.
Imaginem uma executiva que está freqüentemente viajando e sua prótese se rompa no exterior. Outra que durante a gravidez sofra rotura ou pior durante a amamentação. Existem jovens em torno dos 20 anos que ainda não desenvolveram plenamente o senso de responsabilidade e que certamente terão dificuldade em comparecer a cada três meses para exames! Poderia explicitar inúmeros exemplos, mas quero apenas demonstrar que estas decisões que generalizam para não dizer “passam a régua” podem acarretar erros posteriormente irreparáveis. O que fazer então? Sabemos que temos “medicinas” no Brasil. Os que são operados em hospitais de excelência com médicos de vasta experiência, bons anestesistas, centros de terapia intensiva disponíveis, outros com seguro saúde, os que dispõem do serviço público apenas... Isto também deve ser considerado na troca da prótese, pois o risco da cirurgia deve ser comparado aos riscos da rotura e complicações que a prótese francesa e a holandesa acarretam.
Em conclusão, linhas gerais de conduta devem ser traçadas pelas sociedades de cirurgia plástica e o governo deverá acompanhá-las. Porém, creio também que a responsabilidade última é de cada médico e paciente envolvidos neste imbróglio e o governo apesar de não culpado é responsável e deverá arcar com as despesas da troca da prótese mesmo antes da rotura. Deve-se dar a opção da troca mesmo àquelas que não romperam, mas julgam que no seu caso a troca é necessária. Aliás, esta é a posição da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética e não temos dados seguros para restringir a troca até porquê pequenas fissuras na superfície talvez só possam ser detectadas por ressonância nuclear magnética pouco acessível a muitas pessoas. Só o futuro poderá garantir a conduta mais correta. Quem vai arriscar!





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terça-feira, 13 de setembro de 2011

 

EVA

EVA

Os olhos de Eva tinham se moldado no exato formato do rosto da mãe. Nos seus oito anos de existência a paisagem mais linda e as imagens multicolores dos desenhos animados não conseguiam desviar sua atenção dos gestos e palavras daquela que era seu porto seguro desde a separação do pai. Proprietária daquela imagem sentia-se suficiente para aceitar a separação dos pais e concentrar-se em crescer e ser feliz.
Herdara da mãe o jeito de dormir com o cobertor por volta da cabeça imitando uma freira. Seu sono findava invariàvelmente as oito em ponto quando a porta do quarto de Érica se abria e podia se levantar para o leite com chocolate, com a certeza de não causar qualquer desconforto a mãe. Cuidava para ser cuidada e sabia com a sabedoria das crianças que tinha se iniciado na difícil profissão de equilibrista. Gritava baixinho, não acionava a descarga do vaso à noite para não incomodar e nunca chorava, pelo menos que se pudesse perceber.
A notícia da viagem de Érica para a Grécia não chegou a lhe afetar. Além das promessas de presentes e do contato telefônico diário, partilhava da excitação da mãe com a fantástica bolsa de estudos que conseguira para aprofundar seus conhecimentos de Arqueologia. Torcia por ela e decorou a data de seu retorno ao Rio de Janeiro.
A ida à escola, às aulas de flauta e de inglês lhe trazia a sensação de rotina e portanto, de que encontraria sua mãe a lhe esperar em casa. Voltando a pé da aula de música notou que a calçada era desenhada por pedrinhas pretas e brancas. Pensava preta, minha mãe me espera, branca não estará lá. Preta sim, branca não... e corria para a porta do quarto confirmando o que já sabia. As brancas ganhavam sempre. Decidiu que quando crescesse tocaria piano. Mudou o jogo e transpôs o número de dias de viagem da mãe em horas e cada hora passada somava um ponto no cálculo final de chegada. Mas se algo fizesse que sua mãe não gostasse retrocedia na contagem. Sujava o vestido com feijão – menos um ponto, esquecera de escovar os dentes – menos dois pontos, esquecera a luz do quarto acessa menos... Percorria os dias distraída com inúmeros cálculos e decidiu anotar tudo com cuidado. Pegou o caderno de música e das cinco linhas percebeu que os espaços eram como pedras brancas, as linhas-pretas. Associou a pontuação calculada a cada dia às anotações sobre as linhas da pauta e concluiu que estava no caminho certo. Algumas dúvidas começaram a surgir em relação aos pontos que caberiam a certos pensamentos que lhe incomodavam a respeito de uma colega da escola a quem nutria uma antipatia visceral. Computava ou não? Sua mãe a entenderia ou era deplorável este tipo de sentimento. Quando a colega passou pelo pátio de mãos dadas com seu maior amigo de turma decidiu consultar a mãe por telepatia. Fazia a pergunta à mãe e imaginava a resposta. Escrevia sobre a pauta musical sem olhar e caso saísse sobre a linha, bingo, era preta. Ponto.
Pouco antes da data prevista pelos cálculos de Eva para a chegada da mãe, a cozinheira lhe entregou um envelope com um lindo selo grego. A luminosidade naquele cartão tão azul lhe cegara por um instante e virando o lado reconheceu a letra caligráfica, com bolinhas em cima dos “is” em vez dos pontinhos.

“Querida Eva,
Tenho recebido notícias suas pela Maria e estou feliz em saber que tudo vai bem na sua vida. Estou gostando muito da viagem e aprendendo coisas novas que vou te contar quando chegar. Terei que ficar aqui por mais tempo do que planejei e sei que você vai se cuidar. Não esqueça de fazer as escalas da flauta e os deveres da escola.
Um beijo grande da mamãe.”
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Como água transparente de um rio de pedras ou a brisa que corre no final da tarde movendo só o topo mais alto das árvores, viveu pela primeira vez a simplicidade. E como é simples a verdade. Não mais importavam os pontos perdidos com esses pensamentos, muito menos os cálculos. Viveu a tristeza como gente grande. Parecia até sentir certa alegria paradoxal das melancolias mais profundas quando nos libertam e nos fazem crescer. Chegou a envergonhar-se pela própria mãe. Érica jamais compartilharia esse milk-shake de emoções da pequena.

Naquela noite agitada sonhou que sua mãe caíra num rio imenso e que desesperada tentava ajudá-la em vão. Já perto da cachoeira, pediu ajuda a um homem que se lançando corajosamente nas águas trouxe sua mãe para a beira. Aterrorizada percebeu que esse homem tinha seus próprios olhos. Ao despertar viu que molhara a cama como não fazia desde os dois anos de idade.
Bem cedo pediu o telefone do pai à Maria e chorando finalmente pediu que viesse pegá-la, queria um sorvete coberto de calda quente de chocolate e bastante castanha.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

 

SENHORA FINKESTIN

Negar era uma forma de sobreviver. Assim tinha sido ao sair da Polônia em 1945 e sra Finkestin nada comentava do ocorrido. Quando a fundação Spielberg esteve no Brasil para tomar depoimentos dos sobreviventes de campos de concentração, ela ficou muda diante do vídeo por 30 minutos sem mudar a expressão facial. Tinha colocado uma peruca nova para encobrir a acentuada perda de cabelo que a vinha acometendo nos últimos anos e ficou triste por desperdiçar a oportunidade de aparecer tão bem para as amigas, que certamente fariam comentários por vários finais de semana na roda da mesa de cartas.
Quando seu marido alegando necessitar de algum, vendeu seu piano, preferia pensar que a artrose já lhe impedia de tocar e o melhor era parar. Para a neta passaria a colocar CDs e não teria importância à saudade que sentiria de sentá-la ao colo deixando os caracóis louros lhe roçar o rosto repetindo o gesto tão familiar pelo qual ela mesma havia passado há mais de 80 anos.
Difícil foi descobrir pouco depois da morte do marido, que o anel de brilhante ganho nas bodas de prata não estava na gaveta do escritório. Fez grande esforço para impedir que as circunstâncias lhe viessem à cabeça. Não encontrava justificativa para o marido pedir para guardá-lo no escritório. Várias festas sem o brilhante aconteceram e o Isaac não trazia o anel. Pior foi ter que virar o rosto abruptamente para não confirmar que o brilhante no dedo da Esther, há mais de três metros da sua mesa de jogo do Clube, era talvez...
Sentia-se mal e não sabia bem porquê. Sua filha agora morava em São Paulo e procurar um médico sem seu acompanhamento não lhe agradava. Acostumara-se a ter Isaac a seu lado nessas horas e ele sempre sabia informar ao médico o que ela sentia.
Sentada em frente ao doutor não conseguia dizer nada e restringia-se a responder mecànicamente às perguntas.
O médico partiu para o ataque e passou a perguntar sobre cada órgão. – “e sua função intestinal?”.
-“Não funciona” respondeu sra Finkestin
-“Há quanto tempo Dna. Finkestin?”
-“Não entendo”
Sem alternativa foi mais explícito:
-“Há quanto tempo a senhora não faz cocô?”
-“Ah doutor, nunca fiz”.

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sábado, 5 de março de 2011

 

O Papel do Especialista

O Papel do Especialista


Jorge Luiz me procurou angustiado com uma forte dor nas costas. Jovem de 29 anos me relatava que há sete dias havia procurado um ortopedista na emergência de um hospital credenciado ao seu seguro saúde. Foi imediatamente encaminhado a um urologista que após breve conversa solicitou uma uro-tomografia (estudo tomográfico com contraste iodado dos rins e vias urinárias). A dor era insuportável e Jorge estava satisfeito pela perspectiva de ter um cálculo renal que removido, traria a solução para seu sofrimento.
Depois de duas horas de espera na emergência foi encaminhado ao setor de radiologia e logo após a injeção do contraste apresentou grave falta de ar e mal estar intenso. Instalou-se um entra e sai de médicos e vários medicamentos foram administrados até alguma estabilização. Foi transferido para o CTI. Resumindo, após dois dias recebendo vários medicamentos inclusive morfina para a dor nas costas obteve alta para seguimento no ambulatório. Perguntou ao médico plantonista:
- Qual foi o meu diagnóstico?
O jovem plantonista de pronto respondeu que foi um choque anafilático, tratado com sucesso. Mas doutor e a dor nas costas? Ah, sim. Isto será avaliado no ambulatório.
Jorge passava por grave crise pessoal e de trabalho. Ao examiná-lo verifiquei que a dor era na região lombar e nada tinha a ver com os rins. Havia um espasmo muscular lombar e ao pedir que chegasse com as mãos até próximo dos pés, Jorge ia no máximo até os joelhos. Executei algumas manobras de alongamento e Jorge sorriu dizendo sentir um grande alívio com as manobras. Conclusão – Espasmo muscular tensional.
Este caso me levou a pensar os critérios usados pelos pacientes para procurar um determinado especialista. Por que razão dores articulares, lombares ou dorsais levam o paciente a um ortopedista, sintomas urinários na mulher ou alterações na densitometria óssea a um ginecologista, dor de cabeça a um neurologista, e assim por diante. Será que a dor de cabeça não provém de hipertensão arterial, a osteoporose por problemas na paratireoide, a infecção urinária por obstrução por cálculo? No Brasil o Conselho de Medicina libera o médico de qualquer especialidade a tratar as mais diversas patologias ficando o insucesso para ser apreciado a posteriore. Os critérios dos pacientes na maioria das vezes são muito subjetivos. Indicação de alguém que apresentou sintoma “semelhante” e se deu bem com o tratamento, conhecimento divulgado pelos meios de comunicação e até mesmo propaganda, facilidade por proximidade geográfica, plano de saúde e tantos outros critérios discutíveis.
De outro lado o Clínico Geral deixou de ser o estrategista da medicina, aquele profissional com vasta cultura médica, diagnosticista e consultor da família com uma ampla rede de contatos de especialistas que lhe dê suporte na hora necessária. O Clínico era o profissional curioso que prolongava sua formação e gostava de estudar sempre.
É preciso resgatar nas escolas médicas, ao lado do conhecimento técnico-científico desenvolvido nas últimas décadas, o conhecimento amplo e humanista. Nossos mestres de clínica eram mestres no sentido amplo que orientavam desde a abordagem respeitosa ao paciente a uma escuta atenciosa das queixas e exame clínico rigoroso. Muitos eram grandes intelectuais. Não sou saudosista, mas certos avanços nos levam a simplesmente perder o essencial.

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

 

Afinal de que vale um Check-up

Inúmeras pessoas conhecem histórias de pacientes que passaram por um check-up médico e em seguida apresentaram uma doença grave. Será que foi falha do check-up ou o paciente não cumpriu as orientações? Provavelmente nenhuma coisa nem outra.
Existem várias empresas médicas que fazem avaliações em um dia com vários especialistas e exames concentrados em um só lugar. Parece tentador e simples.
Ocorre que a maioria desconhece que existe um número vastíssimo de exames complementares (da ordem de milhar) que inviabilizariam economicamente qualquer check-up. Além de que certos exames, ditos de rotina, podem apresentar um risco, mesmo que pequeno, para serem realizados. Dois exemplos – a colonoscopia, embora extremamente útil na prevenção do câncer do intestino grosso, necessita de sedação, limpeza total do intestino com catárticos e podem acontecer perfurações da parede intestinal - as tomografias de tórax ou abdômen demandam uma carga de radiação equivalente a mais de 100 radiografias simples de tórax, sem falar nos perigos do contraste iodado em relação a alergias e agravamento da função renal de quem já tenha um pequeno problema no rim e não saiba. Ah, existe o ultra-som. Não é a mesma coisa? Para não tornar este comentário longo demais a resposta é depende...

Então o melhor é não fazer nada?

Num futuro, ainda distante, poderemos ter o mapa genético do paciente e sabendo quais doenças são as mais prováveis faremos os exames preventivos dirigidos para aquele caso específico, dando uma cobertura de segurança, relação custo benefício e cota de sacrifícios perfeitamente coerentes. Será?

E o que fazer hoje em dia?

O principal é não tratar indivíduos como “amostra” de uma população. Isto é, não fazer à mesma rotina para todos. Ora, se o familiar direto do paciente tem um caso de câncer de intestino grosso, antes dos 50 anos de idade ou casos de doença coronariana, hipertensão ou diabetes, daremos uma atenção especial a essas informações cruzando-as com o sexo, idade do paciente, história, hábitos de vida, componente emocional, além de detalhado exame físico. Exames laboratoriais iniciais não invasivos também nos ajudarão neste verdadeiro inventário da saúde de um paciente. É preciso calma nesta fase inicial, pois traçado o perfil médico este valerá ao longo da vida e facilitará o seguimento com segurança deste caso específico.
Para ficar em um exemplo apenas, recebi um paciente de 30 anos para um check-up e na entrevista veio à tona o temor que fosse portador de um aneurisma cerebral. Sua irmã sofrera uma iminência de ruptura de um aneurisma e por pouco não ficou com graves seqüelas neurológicas. Neste caso é justificável realizar um exame de ressonância cerebral que nenhuma rotina faria em um paciente assintomático. Justificável até pelo aspecto psicológico de retirar esta ameaça.
Sabemos que é comum nos serviços de check-up em um dia fazerem ultra-sonografia das tireóides. Por que não ressonância cerebral? É fato público que o irmão de um ex-presidente apenas seis meses após “extenso” check-up foi diagnosticado com múltiplos tumores cerebrais já avançados. Obviamente é o custo do exame um dos fatores de decisão de que exames incluir. Não quero dizer com isso que devemos pedir ressonância cerebral para todos, seria um absurdo. Também não significa que fazer um check-up padronizado seja pior que nada!

Tenho certeza que podemos ter critérios muito mais eficientes e precisos ponderando caso a caso e exercitando nossa capacidade de previsão para proteger da melhor forma cada um de nossos pacientes.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

 

Vacina H1N1

Muitos me perguntam se devem receber a imunização para o virus da gripe suina (H1N1). Alegam que a vacina é recente, apresenta níveis de mercúrio e poderia trazer complicações.
Na realidade o risco desta vacina é muito semelhante as anteriores já consagradas e que fazemos anualmente. O governo as distribui para pessoas com mais de 60 anos apenas como medida de economia já que a população mais idosa é a mais exposta a complicações pela gripe usual.
Neste caso os grupos mais expostos são de crianças, grávidas, pacientes com doenças crônicas e jovens.
Frente aos riscos deste novo virus e diante da segurança que é possível ter com a atual vacina recomendo que todos que tenham acesso devem se submeter a vacinação. Os benefícios superam os riscos sem qualquer dúvida.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

 

Tempos Quentes

O calor no Rio de Janeiro neste momento merece comentários. Os pacientes mais idosos apresentam dificuldade de regular sua temperatura interna e ao mesmo tempo diminuem a sensibilidade a sede. Desidratam e não percebem a necessidade de aumentar a ingestão de líquidos, necessitam de parâmetros externos para verificar seu grau de hidratação.
Uma boa dica para aqueles que tem função renal perfeita é observar não só o volume de urina eliminado como a concentração da urina. Se ela estiver "carregada" é sinal de que devem aumentar o volume ingerido. Caso permaneçam sem urinar por mais de 3h, também. Se por outro lado estiver clara, não exagerar. O volume deve ser individualizado! Já ví casos de pacientes que chegaram a beber até 8 litros em 2 ou 3 horas que apresentaram convulsões pela hiperhidratação!
O próprio calor mesmo com boa hidratação necessita ser atenuado. Os aparelhos de refrigeração não são tão perigosos como costuma-se temer. Hoje é possível em alguns aparelhos estabelecer uma temperatura ótima que não seja frio demais. Em torno de 24° Centígrados. Os idosos sentem mais frio e não vale a pena trocar o calor extremo por frio exagerado. O perigo para alérgicos é não fazer a manutenção adequada dos filtros de poeira.
Fiz alguns atendimentos recentes de pacientes com quadros de Gastro-enterite (diarréia e vômitos) que chegaram a apresentar lipotímia (desmaio) devido a queda da pressão e desidratação.
Acredito que vamos viver um período de surto de infecções intestinais embora até o momento a secretaria de saúde não ter se pronunciado. Aguardemos...
Devemos lembrar também que a hidratação só com água não é sufuciente. Perdemos também sais como Potássio, Sódio e Magnésio que precisam ser repostos com bebidas isotônicas, suco de frutas ou água de coco de acordo com a preferência de cada um.
Acho que precisamos mesmo nos preocupar com o aquecimento Global.

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